Novembro 06, 2025

Foi hoje publicado no SAPO TEK um artigo de opinião assinado por Susana Delgado (AUDIOGEST) que defende uma evidência simples: a IA generativa só é compatível com a cultura quando respeita licenças, transparência e remuneração. Sem estas condições, legitima-se o uso não autorizado de catálogos, distorce-se a concorrência e desvaloriza-se o investimento na criação.
O problema não é a tecnologia: é a forma como alguns modelos são treinados e explorados. O setor tem assistido a práticas de opacidade e captura de valor que, a persistirem, deslocam rendimento dos titulares de direitos para intermediários tecnológicos. A execução efetiva do quadro europeu para a IA (com aplicação faseada) é, por isso, determinante, tal como a fiscalização e a exemplaridade do Estado na contratação pública de sistemas conformes.
A posição da AUDIOGEST é clara e operativa. O que tem de ser garantido:
Consentimento/licenças quando catálogos protegidos são usados no treino;
Transparência auditável sobre dados de treino e documentação técnica;
Remuneração justa sempre que haja exploração económica;
Rotulagem de conteúdos sintéticos e sanções proporcionais a incumprimentos.
Para a música portuguesa, isto é uma questão de sustentabilidade e equidade: quem investe na produção e licencia não pode competir com quem treina modelos em catálogos alheios sem pagar. É também uma oportunidade: um mercado com “dados limpos” e regras aplicadas atrai inovação responsável, protege o reportório e reforça a internacionalização.
A AUDIOGEST continuará a trabalhar com reguladores e parceiros do setor para que cumprir deixe de ser opcional e passe a ser padrão.
Ler o artigo completo no SAPO TEK:
https://tek.sapo.pt/opiniao/artigos/ia-generativa-nao-pode-ser-um-roubo-legitimado